Vai a júri popular o suspeito do assassinato de Amaury, o estilista das estrelas globais

Em última instância, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça negou o recurso do estilista Frank Mackey (Francisco Agustin Mackey) por unanimidade. Assim, com a decisão transitada em julgado, terá de ser cumprida a sentença de 2009 do juiz Marco José Couto, da 4ª Vara Criminal do Rio. Frank Mackey será julgado pelo Tribunal do Júri carioca pelo assassinato de seu sócio e parceiro Amaury Veras e, entre as testemunhas arroladas, há vários nomes coroados de nossa sociedade…

A dupla vestia divas como Vera Fischer, Alexia Deschamps, condessa Georgina Brandolini, Andrea Dellal, Charlene Shorto, Ingrid Guimarães. A primeira fila de seus desfiles reunia elencos inteiros da Globo. A marca Frankie&Amaury era uma das mais importantes do país nos anos 80 e 90…

Para ser julgado, Frank terá que voltar da Argentina, onde estava foragido…

Muito justa a reabertura do caso Amaury Veras. Era escandaloso o silêncio em torno do assassinato de um dos mais talentosos estilistas deste país. Chocava a mudez, tanto do Judiciário quanto da mídia, do mundo da moda e da sociedade. Mutismo total dos inúmeros amigos. Bem… pelo menos daqueles que julgávamos amigos de Amaury Veras

Parece que havia um pacto de silêncio. Como se fosse um tabu falar a respeito. Como se o mundo em que Amaury transitava fosse um mundo de excluídos, de párias sociais, para quem não valem as leis, os sentimentos, a ética, a saudade. Sim, Amaury era homossexual. Sim, seus amigos se drogavam. Mas isso não faz dele uma pessoa menor. Seus ditos amigos é que se apequenam quando silenciam por tanto tempo, apesar de alguns deles serem pessoas de acesso e de visibilidade na mídia. Ou será que não é “chique” querer Justiça? Não é “chique” chorar a pessoa que se ama? Chique deve ser essa coisa esquizóide de fingir que nada houve, nada aconteceu. Morreu? Então, celebremos! Vamos à festa! Bebamos mais um champagne!…

Amaury Veras, o grande artista sensível da moda, o precursor do trabalho de couro com estilo e leveza. Com ares de moda ipanemenha. O pré-Patrícia Viera, a artista que hoje está bombando no mundo com seu couro fashion à la Frankie&Amaury. Vivo estivesse Amaury, sua moda de couro também estaria. Da dupla, ele era o criador, quem carregava o piano. Frank era o badalador, o marketing, aquele que agitava as massas. As massas do high e da mídia. Mas costumava se exceder nessa agitação e várias vezes precisou ser internado em clínicas de rehab…

Frank tirava qualquer um do sério. Quando estava acelerado, então, nem se fala. As drogas são um péssimo combustível. Amaury era uma pessoa centrada em seu trabalho, sempre atrapalhado com os lançamentos das coleções e com os buracos financeiros da empresa. Os dois viviam em grande estilo. Davam sempre passos maiores do que as pernas. E era tudo para Amaury sozinho resolver. Frank podia ser bom promotor, ótimo relações públicas e até negociador, mas era excelente gastador e péssimo co-gestor. E como companheiro, pior ainda…

A convivência dos dois andava periclitante. Já não viviam juntos há tempos. A situação financeira de ambos estava horrível. Como Frank não tinha onde morar, Amaury aquiesceu em recebê-lo de volta em casa. Todos sabiam que não iria dar certo. E deu no que deu. Amaury amanheceu como Isadora Duncan: enforcado por uma écharpe presa à porta de um armário (o foulard que enforcou Isadora prendeu-se à roda do carro conversível). Uma composição cinematográfica demais para combinar com a vida real…

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Amaury Veras em foto de Eduardo Alonso

A polícia demorou, mas fez o seu serviço: concluiu que não foi suicídio. Foi assassinato! Amigos de ambos, de Amaury e de Frank, como Soninha Tomé, Kiki Garavaglia e Mirtia Galotti, botam a mão no fogo por Frank. O filho de Mirtia, Luciano Saldanha, é até seu advogado defensor. Porém, caso Frank Mackey tenha sido mesmo o autor (o que será um choque geral para os amigos), não o fez sozinho. Segundo a polícia, ele estava acompanhado de alguém “alto e espadaúdo” e de cabelos longos (na época), que tinha condições de, após o assassinato de Amaury (que eu me lembre, atingido com um objeto pesado na cabeça), levantar seu corpo inanimado e simular o enforcamento…

Devoradora de romances policiais e baseada no que escutei aqui e ali, sugiro aqui algumas perguntas que, na ficção ou na realidade, precisariam ser feitas para se apontar o cúmplice ou, quem sabe?, verdadeiro autor deste crime:

1 – Quem acompanhava Frank no apartamento naquela noite da morte de Amaury?

2 – Quem eram as pessoas do círculo de relações de Frank Mackey com esse perfil: “alto e espadaúdo” e de cabelos longos?

3 – Quem foi a primeira pessoa a chegar ao local do crime? (a cena do crime, segundo o inquérito, foi desmanchada)

5 – Onde Frank, que não tinha onde morar, foi viver depois do assassinato de Amaury? Quem o acolheu depois do episódio?

6 -Frank foi morar sozinho ou acompanhado? De quem? (isto é: quem lhe deu apoio psicológico fazendo-lhe companhia depois da morte de Amaury?)

7 -Quais são os álibis dos amigos próximos de Frank – descritos como “altos e espadaúdos” e de cabelos longos (na época) – que poderiam o estar acompanhando naquela noite?

8 – Esses álibis, se existentes, estão confirmados por depoimentos feitos na delegacia que apurava o caso? De quem?

9 – Se há esses depoimentos, tais pessoas que depuseram (possivelmente de boa fé) endossando álibis, fariam o mesmo agora, com a possibilidade de estar encobrindo um criminoso?

Em tempo, Amaury Veras, ao contrário do que eu pensava, tem amigos atentos, sim. Mas não são aqueles que emudeceram. São os que criaram o blog abaixo:

http://frankieamaury.blogspot.com.br/

 

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Uma ideia sobre “Vai a júri popular o suspeito do assassinato de Amaury, o estilista das estrelas globais

  1. Hilde, com essas descrições físicas na época só lembro do ex-companheiro de Frankie e q o acolheu após o assassinato, inclusive no dia do crime estava na sala do apartamento, com o corpo de Amaury no quarto, jun

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