UMA NOITE DE ALTA GASTRONOMIA ENTRE VERDADEIROS CAVALHEIROS

Nascido na Ilha da Terra Nova, o cônsul-geral do Canadá no Rio de Janeiro, Sanjeev Chowdhury, filho de indianos, em um ano de Rio de Janeiro já se pode dizer um perfeito carioca. Perfeitamente integrado, fala um português impecável (aprendido assistindo às novelas – primeiro Fina estampa, depois Avenida Brasil), prestigia as casas de samba da Lapa, conhece a alta gastronomia dos bons restaurantes do Rio, destacando o Oro de Felipe Bronze, que frequenta bastante com seu companheiro, Kiet To, que é chef, especializado na sofisticada cozinha vietnamita, seu país de origem…

A complicação da pronúncia dos dois nomes estrangeiros, os amigos do Rio já resolveram ao seu carioca jeitinho. Sanjeev é chamado por todos de Sandyv. E Kie To virou Kitty. Simples assim…

Na residência oficial do Canadá, no Jardim Pernambuco, eles recebem para grandes jantares, toldo armado no jardim, promovendo aproximação de canandenses e brasileiros, empresários, políticos e personalidades de destaque…

Sanjeev é um diplomata de grande prestígio e reconhecida competência, seja em seu país, bem como em todos os postos pelos quais passou e, agora, aqui no Brasil, confirma o bom conceito…

Rotariano, pode ser encontrado religiosamente nos almoços das terças-feiras do Rotary Club na Associação Comercial. Um diplomata ativo, que interage com a comunidade do Rio. Um homem de cultura, que começa a ser visto nos leilões de arte…

Como no último leilão, de Soraya Cals, em que Sanjeev e Kitty fizeram algumas aquisições, entre elas um quadro de Claudio Tozzi, de sua série de papagaios, razão de seu encantamento e de Kie To, digo Kitty

Encantamento também de nós todos, convidados de seu mais recente jantar, quando nossos paladares ficaram particularmente cativados pela culinária de nosso anfitrião chef vietnamita, que nos brindou com um jantar dos deuses…

Começou, nos appetizers, com o tradicional spring roll, ou rolo primavera, e o rolo frito de frutos do mar com “plumb sauce”. No jantar: salada de coração de palmito com camarão e porco servido em mandiopã vietnamita. Prato principal, salmão ao curry no vapor, servido em coco jovem, acompanhado de  arroz de jasmim. Como sobremesa, petit gateau com sovete de baunilha…

Jantar sentado, oito à mesa, a qualidade dos companheiros equiparando-se ao alto nível da culinária. E a conversa, depois, as histórias contadas, a verve do Sergio Chamone relatando fatos pitorescos de viagens com Diana Macedo Soares. As histórias da construção da casa deles em Teresópolis. E a outra Diana, a Vianna, falando das obras da reforma da cobertura na Xavier da Silveira, do Antonio Claudio Assumpção, onde breve estarão instalados…

A chuva batendo forte, animando ainda mais aqueles minutos de convivência, e a  amabilidade dos empregados, estes sim sentindo-se verdadeiramente “em casa”, quando elogiavam os patrões, dizendo, “eles nos tratam como pessoas iguais, adoramos eles”…

Fomos recebidos por verdadeiros cavalheiros, numa noite entre cavalheiros…

E saímos, com a responsabilidade de retribuir tal e qual esses tão amáveis e cordiais anfitriões, da casa do Jardim Pernambuco, onde tremula a bandeira do Canadá, país que cada vez mais estreita relações com o Brasil. Vínculos consolidados através de nossa juventude…

Os mesmos jovens que têm, como hino eterno, a  música dos Beatles que diz:

Imagine all the people / Sharing all the world / You may say, I’m a dreamer / But I’m not the only one / I hope someday you’ll join us / And the world will live as one

(tradução: Imagine todas as pessoas / Partilhando todo o mundo / Você pode dizer que eu sou um sonhador / Mas eu não sou o único / Espero que um dia você junte-se a nós / E o mundo viverá como um só)

Bem, não somos nem tão jovens nem tão ingênuos para acreditar que o que diz a canção seja possível, mas quando a gente sabe que, por suas características de respeito às diferenças, há muito o Canadá passou a ser o destino preferencial no exterior dos estudantes brasileiros, superando inclusive os Estados Unidos, a gente se surpreende no carro, no caminho de volta pra casa, cantarolando justamente… Imagine!

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