Tramas paralelas são um algo mais de Rei Davi

A poderosa colunista de O Globo, Patricia Kogut, faz hoje uma crítica na Revista da TV comparando Rei Davi ao filme Os Dez Mandamentos, com Charlton Heston, tal e qual eu comparei quando a novela foi lançada. Só que Patricia acha que as tramas paralelas tornam a minissérie “mixuruca”. Pois eu, com todo o apreço que tenho por Patricia, discordo dela. Penso que são exatamente as tramas paralelas que envolvem e dão um plus aos seriados, não apenas este mas a todos. É esta, por exemplo, a fórmula que a Maria Adelaide Amaral usa em todas as minisséries que escreve para a Globo, como A Muralha, JK, Dalva & Herivelto, Dercy Gonçalves, Um só coração (a história da cidade de São Paulo a partir de Yolanda Penteado). Em todos esses trabalhos, Maria Adelaide desenvolveu tramas paralelas, quase sempre ficcionais, nada tendo a ver com o biografado ou com a obra que ela retratava. Na verdade, uma história, mesmo nos contextos épicos, quando se aproxima do real, fica simples, fica trivial, fica até mixuruca (se quiserem usar o temo sem o sentido pejorativo), mas é isso que seduz e promove a identificação do espectador. O que não torna o trabalho de Adelaide menor, nem o de Rei Davi….

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