Saturnino: ave rara da ética e da integridade

O ex-prefeito do Rio de Janeiro e senador Saturnino Braga foi o mais votado entre os 25 conselheiros eleitos para a renovação do terço do Conselho Diretor do Clube de Engenharia. Por isso, para sorte da audiência, coube a Saturnino falar e a nós escutá-lo, na cerimônia de posse, nesta noite de segunda-feira…

Diante de uma plateia que reunia outros conselheiros agora eleitos, como o presidente da Associação Comercial, José Luiz Alquéres, a secretária de Meio Ambiente, Marilene Ramos, e o empresário Jaime Rotstein, dono da Sondotécnica, Saturnino, de improviso, viajou pela história republicana, levando a todos nós nesse passeio, que começou pela revolução de 30, “quando foi de fato implantado o estado republicano”, pois, até então, disse Saturnino, “o Brasil era patrimônio dos oligarcas”…

Saturnino lembrou da primeira fase do desenvolvimentismo brasileiro, em que o mantra era “fazer crescer o bolo para depois distribuí-lo”, com a classe trabalhadora sempre deixada de fora dessa festa de aniversário em que, do bolo, sequer lhe ofereciam as migalhas. Aí veio a ditadura, ainda enfatizando o crescimento do bolo econômico, e o social nem tchum! Governos se sucederam, veio a experiência do neolioberalismo, “tão destrutiva para a engenharia nacional”, com a falência das empresas e o desmonte de equipes inteiras…

“Depois dessa série de experiências mais ou menos bem sucedidas” (palavras dele), o Brasil se reencontrou com o desenvolvimento, nos governos de Lula, com um modelo que contemplava também a redistribuição das fatias do bolo para todos – “o que nos enche de regozijo”, ele disse. E a plateia vibrou, quando ouviu: “Foi a consolidação definitiva da democracia no Brasil. Isso quer dizer que nunca mais sairemos desse modelo democrático!”…

O novo conselheiro lembrou que hoje o mundo inteiro olha o Brasil como uma das grandes democracias consolidadas do mundo e que uma das faces mais importantes desse atual modelo é a face participativa, com  a abertura de canais com a sociedade, estabelecendo um diálogo permanente entre dirigentes e cidadãos…

Por fim, Saturnino propôs que o Clube de Engenharia, “a entidade política da engenharia no Brasil”, realize uma Conferência Nacional de Engenharia, para que sejam discutidos os grandes temas do país, nesse momento histórico que atravessamos. A proposta de Saturnino foi prontamente acatada e os aplausos que se seguiram ilustram bem a admiração de que ele desfruta, como referência rara de homem público ético e íntegro neste Brasil…

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