Raul Ryff, o companheiro fiel de Jango

NA QUARTA-FEIRA, dia 24, haverá homenagem ao jornalista Raul Ryff. O leal secretário de imprensa do presidente João Goulart será lembrado em seu centenário de nascimento, às 18h, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no Centro…

RYFF FOI o mais fiel dos companheiros e colaboradores, e deixou registradas em suas memórias várias passagens que bem ilustram a falta de malícia de Jango, que não estava absolutamente preparado para o golpe que se armava em suas costas, engendrado por uma equação que somava a ambição desmedida de Carlos Lacerda desejoso da Presidência e sabedor de que através do voto jamais chegaria a ela + a conveniência norte-americana de estabelecer governos de força de direita em toda a América Latina + o despreparo e a truculência de nossos militares em postos de comando…

USANDO DA falácia do “perigo comunista”, os golpistas encarceraram o país inteiro numa longa ditadura e essa história triste vocês todos conhecem…

UMA GRAVE denúncia que Ryff deixou registrada em suas memória foi a de que, se Jango não fosse deposto em marco de 1964, seria morto no mês de abril seguinte, em Belo Horizonte, durante um comício de comemoração do dia 21. Segundo o relato, havia três linhas de ação programadas pelos conspiradores. A primeira seria um teco-teco em vôo rasante dinamitar o palanque em que ficaria o presidente. Se isso falhasse, Jango e seus colaboradores seriam metralhados. E se essa segunda ação também não desse certo seriam alvejados de longe com armas de precisão. As revelações foram feitas pelo general José Lopes Bragança, em entrevista ao jornal Estado de Minas reproduzida em vários jornais brasileiros, inclusive no Jornal do Brasil, em 9 de janeiro de 1977, conforme lembrou Ryff em “O fazendeiro no governo“. E João Goulart era mesmo isso: um fazendeiro bonachão, remexendo a cuia de seu chimarrão placidamente, conduzindo o país com a boa fé que só a convivência fraterna no mundo rural proporciona aos mortais…

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Uma ideia sobre “Raul Ryff, o companheiro fiel de Jango

  1. Triste mais é verdade. A elite conservadora e burra deste país não aceita no poder um homem que trás na bagagem o projeto de melhoria do povo trabalhador. Jango queria um país viável, um país justo para o povo brasileiro. Assim sendo contrariou a elite. Os militares comprometidos com os interesses do Imperialismo americano e com a elite, principalmente com a elite agrária, a mais violenta e obscura. Pior é que já rompemos mais meio século do triste episódio de 1964, e nada mudou.

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