Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Em tempos de Rio+20, muitos querem, de alguma forma, dar a sua contribuição em se tratando de sustentabilidade. Mas nem todos conseguem fazer isso com propriedade e competência. Especialmente quando falamos de artesanato inserido na moda. São poucos os estilistas e designers que realizam um trabalho louvável nesse aspecto. É muito fácil dizer que se faz artesanato. Mas o que falta é tornar este artesanato sofisticado, agregando a ele o olhar da moda e do design para que, no final, ele possa ser valorizado no mercado, sendo atraente aos olhos do consumidor. E não apenas isso. É necessário, também, que o lucro obtido com sua venda beneficie não só o estilista/designer, mas, também, o artesão. Atualmente, Ronaldo Fraga e Martha Medeiros são bons exemplos em se tratando do assunto, assim como Zuzu Angel foi no passado…

Confesso que nada mais havia me chamado tanto a atenção, até me deparar com este lindo trabalho, criado e executado pelo Pólo Joalheiro do Pará, no Espaço São José Liberto, em Belém. Financiado pelo governo do Estado, o programa beneficia todos os profissionais da cadeia produtiva, como designers, ourives, lapidários e mestres artesãos da região, que há cerca de duas coleções contam com o know-how e o bom gosto da expert Cristina Franco, responsável pela curadoria das peças…

Bom e auspicioso testemunhar este “renascer” de Cristina Franco, que, nos anos 70 e 80, foi a maior editora de moda da televisão brasileira. Tornou-se uma grande especialista fashion, galgando inéditas posições, desfrutando até mesmo da amizade de estilistas consagrados internacionais, como Kenzo e Issey Miyake. Sem esquecer dos brasileiros, de que era carne e unha, como o sempre vanguarda Luís de Freitas. Cristina falava a mesma língua desses criadores abusados, entendia-se com eles no mesmo diapasão, era um bicho da moda como eles e, por isso, muito respeitada. Para vocês se situarem, na imprensa escrita, quem mantinha esse tipo de prestígio, na época, era a editora de moda Regina Guerreiro. Depois que deixou a Rede Globo, La Franco deu um rolê total e foi parar na Bahia. Encantou-se com o regional. Anordestou-se. E, agora, voltou-se para as riquezas do Norte. Está marajoara pura. Seu “encontro das águas” com a articulada e competente Rosa Neves, diretora executiva do Pólo Joalheiro do Pará, foi mais do que feliz. Vejam aqui o resultado…

As biojoias, que vocês conferem logo abaixo, possuem DNA 100% amazônico. A pesquisa para a elaboração da coleção foi todinha baseada na História do Pará, concentrando-se especialmente na estética indígena marajoara e na época do Ciclo da Borracha. Os estudos do padre e arqueólogo Giovanni Gallo sobre o artesanato marajoara também foram de grande contribuição. E a grande maioria dos materiais utilizados nas joias são facilmente encontrados na Região Norte, como fibras naturais, vegetais, escamas de peixe, cascas de frutas, minerais (o Pará é um dos maiores produtores de gemas do Brasil) e madeiras que provêm de resíduos de empresas certificadas…

Confiram a seleção feita por nós de peças da coleção, que ficará exposta e à venda na lojinha do Copacabana Palace até o final da Rio+20. Corram, antenadas!…

Biojoias10 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

O colar de escamas de peixe, que parecem paetês, possui detalhe de amarração de seda pura. No caso, até a seda, fabricada pelo O Casulo Feliz, é ecofriendly, pois foi retirada sem que se fizesse mal ao bicho da seda.

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Colar com mini-paneiros de palha, com detalhe de couro e prata. Estes paneiros são cestinhas típicas do Pará, muito vendidas em mercados populares do estado.

Biojoias1 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Par de maxi-colar e cuff de chifre com prata e gemas.

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Os talismãs de prata, esmaltados, representam sapinhos muiraquitã. Um para o nascimento do bebê menino (com a gravatinha) e o outro para a bebê menina (com o lacinho). Umas graças!

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Fivela de cinto imitando canoa, de madeira com prata. E fivela/bracelete de chifre com desenho inspirado na cultura marajoara.

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Par de cuffs de madeira rádica com prata e maxi-colar de madeira rádica com prata, chifre e gemas.

Biojoias2 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Anéis de madeira com chifre e osso machetados, imitando desenhos marajoaras.

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Pulseira articulada de madeira e prata, com detalhe de madrepérolas de rio.

Biojoias9 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Maxi-fivelas de madeira rádica e imbuia com mini-azulejos, réplicas dos encontrados nas casas dos Senhores da Borracha do séc. XIX.

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Bracelete e brincos de chifre com grafismos de prata, inspirados na cultura marajoara.

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Colar de prata e chifre, com detalhe de flores feitas a partir de filtros de café! E colar com tigela de madeira com desenhos tipo marajoara pintados com pigmento natural. A corda deste colar, um dia, já serviu de corrente para uma máquina de costura antiga. Bacana!

Biojoias12 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Bracelete preto de chifre, com placa de resina cristal e madrepérola de rio em formato de flor; maxi-colar com amarração de seda natural, madrepérola de rio em formato de concha e flor, em pingente de chifre com placa de resina cristal.

Biojoias15 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Carteira de fibra de tucuruí tingida em bordô, com detalhe de azulejo esmaltado, inspirado nos que são encontrados no Palacete Pinho, em Belém do Pará.

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Carteira de shantung, com bracelete em chifre e prata, que levam desenhos inspirados na cultura marajoara.

Biojoias13 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

A chiquérrima Cristina Franco, curadora das peças que compõem a coleção, usa um maxi-bracelete de madeira sucupira e jequiá, com desenhos de prata, inspirados na cultura marajoara.

Biojoias17 Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

Rosa Neves, diretora executiva do Pólo Joalheiro do Pará, competente, focada e muito bem articulada, realiza um belo trabalho junto a designers, ourives, lapidários e artesãos do estado.

Fotos de Sebastião Marinho

Uma ideia sobre “Quando o rústico, chamado Rosa, encontra a sofisticação, de nome Franco, a soma dá 1000!

  1. Olá,

    Por favor me interessei por uma pulseira , como faço para entrar em contato?
    (bracelete em chifre e prata, que levam desenhos inspirados na cultura marajoara).

    Grata

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