O exílio de JK contado em filme por sua antiga secretária

O tempo de exílio vivido por Juscelino Kubitschek virou documentário que será lançado em 10 de setembro durante a semana de comemorações do seu aniversário de nascimento, no Teatro Santa Isabel, em Diamantina, cidade onde ele nasceu. Vivo fosse, JK faria 109 anos no dia 12. Enquanto o filme não vem, o site JK no exílio, com fotos e depoimentos, já está na internet (filmejknoexilio.wordpress.com). O documentário, de 52 minutos, tem produção de Charles Cesconetto e direção de Bertrand Tesson, uma dobradinha Brasil/França…

Era o ano de 1964 quando JK teve seus direitos políticos cassados. Este momento de sua vida é reconstruído a partir de relatos de parentes, amigos e, principalmente, de Maria Alice Berengas, sua secretária à época. Brasileira e também perseguida, Maria Alice nunca mais pôde retornar ao país. Só no ano passado, depois do filme, Maria Alice, hoje aos 88 anos e residindo em Portugal, recebeu novamente o seu passaporte. O documentário traz fotos e cartas que contam o desterro de JK, muita coisa recuperada nos arquivos da França. Cenas únicas e fatos desconhecidos do ex-presidente…

Quem nos conta é a filha de JK, Mariestela, que foi a Paris em 2010, junto com o marido, Rodrigo Lopes, para gravar os depoimentos. “O filme não só conta a verdade sobre as dificuldades que meu pai passou, como também resgata um pouco da história de outros exilados que não foram lembrados, como Maria Alice”, disse Mariestela que só tomou conhecimento da história da secretária de seu pai por conta do filme…

Em 1965, quando veio ao Brasil, JK trouxe com ele a secretária. Seu projeto era voltar à França, mas, diante das informações de que era vigiado lá, decidiu seguir para os EUA. Mas Maria Alice, que deveria encontrá-lo na América, foi impedida de embarcar pelos militares brasileiros, interrogada por eles, foi perseguida, intimidada, teve seu passaporte brasileiro confiscado e, como era casada com um francês, sua única opção foi seguir para Nice. Assustada com tamanha violência, Maria Alice nunca mais voltou, e acabou indo morar em Portugal, sem nunca ter dado conhecimento a Kubitscheck dos problemas que precisou enfrentar…

Depois de ser exibido Minas Gerais, o filme será lançado em Brasília, no dia 18 de setembro, no Teatro Nacional. No Rio, o filme vai ser lançado no Museu da República, a convite da diretora Magaly Cabral, mãe do governador Sérgio Cabral, talvez no dia 1º de outubro…

A vinda de Maria Alice para a estreia não está confirmada, pois ela não tem condições financeiras de vir ao Brasil, conta Maristela, que lança a sugestão: “Quem sabe não conseguimos um patrocínio pelo menos para ela estar no lançamento aqui no Rio, já que é carioca?”

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Maria Alice Berengas

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