E agora os lances da festa da posse no Palácio do Itamaraty

Primeiro casal que vejo ao chegar ao Palácio do Itamaraty, para a festa da posse da presidentA Dilma Rousseff, é carioca, isto é, fluminense: o agora ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Wellington, e Clara Moreira Franco, muito bem vestida, de amarelo, casaco e vestido. Afinal, a ex-empresária de moda e estilista, de elegância entende muito bem. Chegamos a entrar na fila para subir de elevador, mas em seguida Moreira mudou de ideia e juntos subimos todos a famosa escadaria circular do palácio…

Em seguida, outro casal: Marta Suplicy, de tailleur vermelho estampado de seda e o namorado presidente do Jockey paulistano, Márcio Toledo. Parecem mesmo muito bem entrosados. Eu peço para fazer uma foto, ele se afasta, mas ela o puxa em sua direção. E eu click! Eles estão com o casal Ivo Rosset e Eleonora, de verde ombro-só, na cor dos olhos dela, deusa grega, beleza intocada. E simpatia também. E quando engrenamos as duas uma conversa, quem aparece? Adivinhem… Paulo Maluf, ele mesmo! Sozinho, sem Silvia. “Governador, o senhor está vindo do Planalto?”, perguntei. “Não, eu fui primeiro à posse do Alckmin”. Maluf, totalmente ecumênico…

Ministro Mercadante batendo papo logo à entrada do salão sabem com quem? Com Lurian, a filha do Lula…

E lá vem o meu amigo José Dirceu, bronzeado, com a namorada Evanise. “Estamos chegando da Bahia para a posse”, ele diz, logo cercado por uma porção de petistas e não petistas querendo conversar com ele…

Maria da Conceição Tavares, sentada em uma das raras cadeiras existentes em todos os salões, e uma peregrinação-beija-mão diante dela…

Outro que conseguiu uma cadeira para chamar de sua foi o professor Candido Mendes, com sua namorada, Margareth, médica…

Eis que há um zumzumn, viro pra trás e quem vejo? A presidentA Dilma Rousseff chegando cercada por uma pequena multidão, tendo ao lado seu chanceler, embaixador Patriota. Sorte minha, que posso cumprimentá-la logo à sua entrada. E ela: “Querida, como vai?”. O “queridas e queridos” dos discursos de Dilma veio mesmo para ficar. Vai virar marca…

Destacando-se no grupo próximo a Dilma, bonitãozérrimo, o neo-senador Lindberg Faria, afável, cordial, simpático de carteirinha…

Comandante Enzo, do Exército, num dos salões, contando que passou o 31 em Brasília, e quando peço para comparar com os Réveillons do Rio, ele diz: “Ah, o daqui é bonito, tem fogos, tem tudo, mas não chega perto do da Praia de Copacabana“…

Ministro da Defesa, Nelson Jobim, lá, com Adrienne, vestindo túnica branca bordada, trazida da Índia. Uma delas. Adrienne é daquelas que, quando tem a sorte de encontrar uma roupa com seu jeito, compra duas ou três parecidas. Para não precisar mais perder tempo fazendo comprar. E o que ela me disse? Que foi a Milão fazer curso de italiano e não de artes, como falei aqui…

Encontro o simpaticíssimo casal Sheila e almirante Julio Moura Neto, o comandante da Marinha, que assim como os comandantes das outras armas, permanece no cargo. Logo se aproxima dele sabem quem? O embaixador da Itália, Gherardo La Francesca, super simpático, agradável mesmo, com a mulher. E quem acreditou que a Itália trocou de mal com o governo brasileiro por causa do Battisti está pra lá de equivocado. O embaixador italiano circulou, de ministro em ministro (depois de falar com o comandante Julio foi cumprimentar o ministro Jobim), na maior simpatia e desenvoltura. Parecendo querer deixar evidente que não há qualquer problema entre os dois países…

Outro ministro que se aproxima do casal comandante Moura, o de Aquicultura e Pesca, do período Lula, Altemir Gregolin. E fico sabendo que foi na gestão dele que a sardinha, fundamental ao prato do brasileiro, e que estava praticamente em extinção, voltou farta e generosa aos nossos mares. Grande feito do Gregolin!…

Sou apresentada à ministra do Supremo Tribunal Militar, Maria Elizabeth Guimarães Rocha, jovem, bonita, elegante. Ela conhece toda a história de minha família. Conto que acompanhei minha mãe em julgamentos de meu irmão, por tribunais militares, quando ele já estava morto, mas continuava a ser “julgado”. Ela me diz: “O STM mudou, está diferente, e gostaria de convidá-la a nos visitar. Você será recebida com muito carinho por todas”. Imediatamente aceitei o convite…

Personangens do Rio de Janeiro que vou encontrando pelo salão do Itamaraty… O presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novelino, o empresário Jonas Barcellos, o secretario geral de Ciência e Tecnologia, Luís Antonio Elias, e sra., o casal Elvio Gaspar, diretor do BNDES, a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente

E a imprensa brasiliense presente, através de seus colunistas sociais locais, Marlene Galleazi e Gilberto Amaral, com Mara e com sua câmera fotográfica infatigável…

Angela Gutierrez, que vi logo à minha chegada, está de partida: “Já cumprimentei a presidenta, agora vou embora, de volta ao Kurotel”. A mineirinha rumou direto para o aeroporto, onde a aguardava seu jato privê, para transportá-la até Gramado, no Rio Grande do Sul, onde sempre nesta época passa sua temporada anual no Kurotel, melhor spa do mundo…

Angela, vocês sabem, amiga de Dilma de tempos outros, abriu sua casa em Belo Horizonte para homenagear a candidata, logo no início de sua campanha (assim como fez Lily Marinho no Rio), quando a elite inteira a satanizava. Angela mostrou sabedoria, coragem e lealdade à sua amiga…

Alguém comenta que a presidente da Caixa Econômica, Maria Fernanda Ramos Coelho, está mais magra. Com um vestido cinza prateado muito “fashion”, ela, efetivamente, parece em ótima forma. Pergunto a ela qual, na sua opinião, será a marca administativa da presidentA Dilma Rousseff, comparando-a com Lula. “A presidenta Dilma é mais pragmática. E, na minha área, como entende muito do assunto, ela sabe cobrar mais. Acho que será um governo com mais cobrança de resultados, e nós vamos procurar fazer por onde”…

Fico sabendo que o petista-mor deputado Ricardo Berzoini é de Matias Barbosa, onde meu pai mantinha um orfanato. Sou apresentada a ele por um grupo simpático de petistas de Juiz de Fora, e um deles me convida para ir dar os parabéns ao irmão da presidenta, Igor, que naquele dia comemorava aniversário, e estava ao lado da mãe, dona Dilma Jane. Ah, a proximidade com o poder! Ah, o frisson de um governo novo!…

Para uma traquejada em posses como eu, que fui a tantas (exceção a Lula, que não fez festa de posse no Itamaraty em 2003, houve apenas as solenidades, a festança dele foi apenas a popular), essa euforia generalizada nas festas do gênero é praticamente um replay. Mas, na posse de Dilma, houve um diferencial bem significativo. Havia, no ar e nas pessoas presentes, menos excitação de poder e muito mais sinceridade, mais sentimento, mais emulação ideológica, emulação intensa, de esperança, de admiração pela História de luta de Dilma. Fiquei muito honrada com o convite. Feliz por viver aquele momento, por ali estar. Feliz de comungar a mesma esperança, a mesma certeza de que teremos, sim, uma grande e notável presidentA do Brasil, a primeira presidenta mulher!…

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