DOIS TAURINOS FASHION: O ENFANT TERRIBLE GAULTIER E A GATA EM TETO DE MODA QUENTE CARMEN MAYRINK VEIGA

Por um problema tecnológico, estive ontem, dia 24 de abril, fora do ar ao fim da tarde e este post não pôde ser veiculado na data. Perdão!

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Neste 24 de abril, dois ícones da moda sopram velinhas! Um cria para vestir. O outro, quando veste, recria. São eles: o francês Jean Paul Gaultier e a paulista de Pirajuí, Carmen Mayrink Veiga

Carmen, além de linda, sempre teve gosto pela Moda. Sua primeira foto, pe-que-ni-ni-nha, já foi com um laçarote nos cabelos maior do que a própria cabeça. E uma laço lindo, esparramado, de dar inveja a qualquer couturier da época. Dona de um estilo inconfundível, chic e extravagante, tornou-se referência para milhares de mulheres, no Brasil e por onde ela tenha pisado por esse mundo afora. Ela é uma referência.

Ao longo da vida, Carmen vestiu os mais famosos da haute couture, nomes como Hubert de Givenchy, Yves Saint Laurent, Valentino e Pierre Cardin, e todos eles tornaram-se seus grandes amigos. Um luxo para pouquíssimas!

A grande dama da sociedade brasileira, além da moda, tem outra paixão: os gatos. É fascinada por felinos e, como não podia deixar de ser, pela estampa de leopardo! Em seu apartamento do Morro da Viúva, tem um banheiro com as paredes imprimées de oncinha e, sobre elas, quadros de gatos. E isso não é de hoje, já lá se vão bem uns 40 anos. Pioneirismo decorativo que apenas na última década passou a ser moda.

Por tudo isso, prestamos aqui uma homenagem à aniversariante do dia com um editorial guiado por esta estampa clássica e atemporal, que faz, desde sempre, a cabeça da mulherada mais ousada e extravagante. Desde Carmen Miranda, Marlene Dietrich e outras mulheres de forte personalidade, desbravadoras desta voga das “onças”, hoje democratizada e querida por todas, até as conservadoras.

Pois saibam que houve uma época em que a estampa de oncinha evocava pura ousadia, pois não ficava bem para uma “mulher de família” usar esse tipo de padronagem. Dava até desquite!…

carmen

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Já o estilista Jean Paul Gaultier, conhecido como o enfant terrible da moda francesa, tem paixão pelas listras de marinheiro, as famosas listras navy. Quando pensamos em Gaultier, é a primeira coisa que nos vem à cabeça. Na minha, então, vem um marinheiro Popeye inteirinho, com tatuagem, espinafre e tudo!

Não há uma coleção dele que não traga um listrado, clássico ou reeditado. Taí outra estampa que não sai de moda! Por isso, esta homenagem a Gaultier é pautada, é claro, nas listras navy, que, inicialmente, vestiam somente homens, mas, com o impulso de Coco Chanel, nos anos 20, também passaram a encantar as mulheres. Hoje, as listras são estampa indispensável no guarda-roupa de todos os sexos (não podemos falar mais em apenas dois, né?), agradando dos gostos mais tradicionais aos mais descolados, tal e qual a oncinha da Carmen!

O Blog da Hilde e esta Hilde propriamente dita somos fãs de Carmen – a I e Única – de Gaultier, de oncinha e de navy! Vocês também, não é? 😉

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Fotos: reprodução

7 ideias sobre “DOIS TAURINOS FASHION: O ENFANT TERRIBLE GAULTIER E A GATA EM TETO DE MODA QUENTE CARMEN MAYRINK VEIGA

  1. Meus parabéns a ambos. Tenho uma definição própria para a Carmen, considero-a uma mecenas da arte da alta costura. Através de seu bom gosto ela incentivou a existência da alta costura, criando empregos e desenvolvendo os trabalhos artesanais. Gateira, aprecia aprecia a beleza dos felinos, sendo assim as estampas de pele de onça, leopardo e demais feras. Não digo que a Carmen tenha sido a pioneira no uso das estampas de pele na decoração, diria que ela fora uma das pioneiras. Antes dela, Jean Cocteau descorara as paredes de uma aposento de sua casa. Carmen Miranda se fez fotografar de biquíni estampa de onça num sofá estampado de onça em sua casa em Hollywood. Porém o seu banheiro, com a estampa de onça e os quadros de gatos, fora incluído em uma matéria de uma revista nacional sobre os banheiro mais originais, junto como o banheiro na mata do Clodovil. Quanto à inspiração do Jean Paul Gaultier pelas listras marítimas, a foto da Princesa Caroline de Mônaco, ela, usando um vestido Gaultier de inspiração marinheira, ilustraria de forma bem couture esse tema.
    Obrigado.

    • Naturalmente, querida, estou me referindo ao pioneirismo no cerne do chamado grupo social que ela frequentava. Pois outros muitos já faziam. Diana Vreeland, por exemplo, tinha seu escritório todo encarpetado de onça. Beki Klabin desde sempre usou onça em seus décors, bem como Ruth de Almeida Prado. Idem minha mãe, Zuzu Angel. Todas as mulheres com perfil poderoso e independente que conheci, nos idos atrás, eram apaixonadas por onça. Carmen, no seu mundo, de pessoas preocupadas com os ditames europeus sobretudo, foi a primeira que vi fazer isso. As chamadas “10 Mais” não fizeram.

      O banheiro de Carmen foi reproduzido por mim, na mostra em homenagem a ela, muito antes da reportagem de banheiros originais que você viu na revista. A mostra foi em 2002/2003. Li a reportagem do banheiro.

      Sei, Danian (ou seria Fernanda?), que vc sabe muito, pois ao que parece viveu intensamente esse mundo, mas bem que me esforço. 😉

      Beijos
      Hilde

  2. Hilde, boa tarde. Carmen Mayrink Veiga é tão importante para o Rio e para o Brasil, quanto o Pão de Açúcar – bem em frente ao seu big flat, no Morro da Viúva. Um nome super badalado em todo mundo há mais de 60 anos. Uma mulher pré destinada para as sempre faiscantes luzes do soçaite. Organizada, alegre, bonita, impecável. Uma das mulheres mais fotografadas, pois naquele tempo – anos dourados e até início dos 80, não existia essa chatice de modelo e artistas televisivos em capas de revista. Eram as nossas musas sociais, como também Thereza de Souza Campos e Lourdes Catão, que davam o recado. Época o eterno papa, Ibrahim Sued, tinha duas páginas espelhadas na “Manchete” – a semanal que vendia mais que a “Veja”. E Carmen esteve ali, no front page, várias vezes. Mais recentemente – ainda nos sofisticadíssimos tempos dos Carta – foi capa do “Vogue” – quando a elegantíssima revista dedicou-lhe boa parte do recheio da revista, que culminou com duas grandes festas beneficentes. Uma no Copacabana Palace e outra no Harmonia, em SP. Essa fiz questão de participar, pois acabava de passar os feriados de Páscoa com meu amigo e “imperador”, de Mogi da Cruz, o icônico colunista Willy Damasceno, que antes também assinava carnet de sua cidade, na sofisticada revista de edições internacionais. Willy era um dos patronos da inesquecível noite. Foi graças a um pequeno cartão dobrado, delicado e muito elegante de agradecimento que recebi, em1979, da grande diva social, Carmen Mayrink Veiga – que tomei conhecimento da “Paul Nathan” – uma das mais elegantes gráficas do mundo, em impressos de luxo em alto relevo – com sede há quase um século no Rio de Janeiro. Hoje sou seu representante exclusivo para Goiás, prestes a completar 30 anos.
    A mais nova de Carmen é que ela doou várias dezenas de vestidos alta costura de sua importante coleção, para o Instituto Zuzu Angel, e irão enriquecer o acervo do futuro Museu da Moda, em fase de conclusão em São Cristóvão.
    E na sua generosa cola – como bom taurino também – vou doar oficialmente minha pequena, mas criteriosa coleção de vidros de perfumes comerciais assinadas com as emblemáticas griffes de Chanel, Worth, Balenciaga, Lanvin, Dior, Lucien Lelong, Jean Patou, Saint Laurent, Balmain, Givenchy, Grès, Hermès, Oscar de La Renta, Ralph Lauren e outros. Ela virá, na sua maioria com as caixas originais e ainda resquícios da fragância original de cada item.
    Além de vários livros de arte sobre o assunto adquiridos nos Estados Unidos e Europa – para estudos e futuras pesquisas.
    Hilde há outra taurina de grande categoria e muito amiga sua.
    A nossa inesquecível Lily de Carvalho Marinho, nascida no dia 10 de maio.
    Que Deus todo poderoso a tenha no mais alto do céus ao lado do seu novo e eterno amor – o também sempre generoso Roberto Marinho, que abrigou você o Ibrahim Sued quando fui junto no elegante vácuo de vocês.
    Já que em 1992 estive na sede da sempre poderosa Globo, do Jardim Botânico, para agradecer o Doutor Roberto – o vital conselho que havia dado ao Ibrahim, no início de carreira: “nunca deixe de ser repórter”. E como bom descendente de libanês, também vindo de Zahle – a mesma do sempre saudoso IS – segui à risca o sábio conselho, que ainda está dando muito certo… MAKTUB!!!

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