Do cerimonial ao antiquariato, um clube fechado chamado Stambowsky

Com seu perfil tradicional, o elegante cerimonialista Ricardo Stambowsky, acostumado a orquestrar festas de casamentos, bodas e aniversários dos mais conhecidos sobrenomes da sociedade carioca, agora se aventura profissionalmente em uma das suas preferências: o antiquariato, conforme contou em conversa com a repórter Andréa Cardoso

Ricardo, desde sempre, é um colecionador de peças antigas. Aos 10 anos de idade já colecionava fotos e objetos antigos da família. Tudo ia para a sua coleção, até mesmo os botões. Com o olhar treinado para o que é belo, fino, raro ou mesmo curioso, ele agora está recebendo os amigos em seu escritório-casa, onde os orienta na escolha de peças de suas várias coleções…

Tudo funciona como um clube fechado. Ele batizou um dos cantos de sua sala de Espaço do Ricardo, onde recebe seus “convidados”, seja para uma taça de champã ou para um café, em encontros onde o tom certo é o da informalidade e o ponto alto é a alegria de estar entre amigos…

“Sou frequentador de feiras de antiguidades. Seja na Alemanha, Nova York, Buenos Aires ou Londres, por onde passo eu sempre compro peças antigas para a minha coleção, que só faz crescer. Aqui no Rio, também vou às feirinhas da Rua do Lavradio e da Praça XV. Sou um colecionador e, como não cabe mais nada em casa, comecei a presentear os amigos”, conta Ricardo. Do simples ato de presenteá-los ao de conselheiro e, até, ao de fornecedor no ato de presentear foi um pulo, um rito de passagem…

Afinal, variedade não falta. Além das feiras, Ricardo garimpa suas peças nos flea markets por onde passa. Atento, sempre em busca de novos objetos quando viaja, pesquisa as peças através da marca e dos contrastes para descobrir sua origem. Em alguns casos, os objetos adquiridos precisam de restauração. Depois de devidamente identificadas, restauradas e brilhantes, as peças estão prontas para serem incorporadas a seu acervo…

Elas são mais de 200 peças, entre bules, bandejas, salvinhas para petit fours, xícaras para chá e café, castiçais, molheiras, cofrinhos para as crianças, talheres para servir, espátulas para bolo, porta retratos, joias de prata, porcelanas, objetos de decoração. Para os homens, abotoaduras de prata com esmalte, espátulas para abrir envelope dos anos 30 e uma infinidade de outras preciosidades. As suas preferidas são as peças de silver plate, da Christofle e do Mappin & Webb, do final do XIX e começo do século passado…

Ricardo tem de tudo. É só imaginar e pedir. O que ele não tem, porém, e faz questão de frisar, é o controle burocrático das suas coleções. Não tem lista, peças catalogadas, preços das mesmas ou dos restauros. Coleciona por prazer e presenteia idem. Quando indica um presente, sabe, isto sim, a história da peça, o estilo, a origem, o século! “Faço isso por prazer, mas não gosto do lado chato. Encontro os amigos e ficamos conversando”, revela o colecionador, que, depois, manda entregar a peça onde for…

A ideia se espalhou como rastilho de pólvora, entre os amigos e os amigos dos amigos, que começaram a frequentar o apartamento em que o luxo é o charme e vice-versa, para pedir dicas, e hoje fazem encomendas mesmo por telefone. Nessa procissão de clientes aficionados estão nomes como Andréa Buffara, Marlene Rodrigues dos Santos, a sua filha, Fernanda, com o marido, Paulino Basto, Mariza Coser, Yara Andrade, Bia Borges, Henriqueta Gomes, Antonia Frering, Anna Silos

Não é só a segurança de se estar adquirindo uma peça com procedência conhecida. Quem busca um objeto com Stambowsky confia no seu bom gosto. Sabe que pode contar com ele para levar para casa uma peça rara, especial, ou para presenteá-la a quem se gosta muito. Verdade é que a novidade virou sucesso e sempre há alguém querendo algum presente especial de última hora para aquela pessoa especial. É aí que o nome Ricardo Stambowsky surge de estalo…

Outro sucesso são as embalagens. Caixas vermelhas, com o nome de Ricardo e o timbre de sua família em dourado, muito papel de seda e fitas de cetim no tom cereja. “Me divirto fazendo as embalagens, me sinto na seção de embrulhos da Bergdorf Goodman”, diz Stambowsky, frisando que não tem a menor intenção de lucro. Não se trata de um comércio. Trata-se de se divertir e ajudar os amigos a presentearem com algo especial…

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As belas peças garimpadas durante as viagens que Ricardo Stambowsky faz pelo mundo e que, agora, “compartilha” com os amigos e as amigas, entre elas, uma das mais assíduas no Espaço do Ricardo, e Fernanda Basto, aqui também vista, com ele, as peças e as caixas e embalagens à la Bergdorf Goodman

Fotos de Sebastião Marinho

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