Dia 11 de janeiro, data para celebrar um jovem casal de idealistas apaixonados, Sônia e Stuart

Vinicio Schumacher Santa Maria é um jovem advogado gaúcho que mantém em seu blog permanente prontidão no relato dos fatos históricos que mancharam o Brasil com ossos, sangue, carnes vivas e muito padecimento. Fatos que fizeram germinar heróis nos quatro pontos cardeais da fértil terra brasileira. Entre eles um jovem casal apaixonado e patriota, Stuart e Sônia. A cada 11 de janeiro, aniversário dele, Vinicio celebra a memória de ambos com textos que relembram sua saga cheia de esperanças, com as tintas de um idealismo incontido.

Aqui estão eles: Stuart, meu irmão, o Tuti, como o chamávamos. Sônia, minha cunhada, a Soneca, como ele dizia, contados abaixo em texto de Vinicio Schumacher Santa Maria.

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Stuart Edgart Angel Jones (11.01.1945+14.06.1971)
Ousar lutar! Ousar vencer! Esquecer jamais!

Segundo a versão mais conhecida de sua morte, dada por Alex Polari, que se encontrava preso no mesmo local e assistiu da janela de sua cela, Stuart foi amarrado a um carro e arrastado por todo o pátio do quartel. Em alguns momentos entre risos e chacotas, era obrigado a colocar a boca no escapamento do veiculo para aspirar os gases emitidos.

Polari ainda conta na carta, que foi remetida a Zuzu Angel e foi entregue no Dia das mães, que após ser desamarrado, Stuart foi deixado abandonado no chão, com o corpo já bastante esfolado onde seguiu clamando por água noite adentro.

Stuart foi casado com Sônia Morais Angel Jones, presa, torturada e morta dois anos depois. Sonia foi estuprada com um cassetete e depois de torturada, teve seus seios arrancados a alicate. Por fim, recebeu um tiro de misericórdia na nuca.

Foi no dia 30 de novembro de 1973. Ela tinha 27 anos.

A revelação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) de que um crânio encontrado no Rio é de Stuart fecha um ciclo de angústia na vida de Hildegard Angel e Ana Cristina Angel, suas irmãs. Elas vão poder realizar o desejo da mãe, que lutou até a morte em 1976, para reaver o corpo do filho e enterrar seus restos mortais com dignidade.

“É uma realização muito grande. São 43 anos esperando. Agora quero cumprir a meta da minha mãe, que era enterrá-lo. Nós já sabíamos que meu irmão tinha sido assassinado pelo regime. Stuart não é uma ficção. Ficção quem fez foram os militares, que transformaram em terroristas os aterrorizados”, afirmou Hildegard.

Stuart Edgart Angel Jones (1946+1971)

Stuart, que era filho do americano Norman Jones e de Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel, figurinista e estilista conhecida internacionalmente, lutou contra a ditadura militar no grupo MR8.

Bicampeão carioca de remo pelo Clube de Regatas Flamengo na adolescência, ele foi estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possuía dupla nacionalidade, brasileira e americana.

Foi preso, torturado e morto por membros do CISA (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica) em 14 de junho de 1971, aos 25 anos de idade. Foi casado com a também militante Sônia Morais Angel Jones, presa, torturada e morta dois anos depois e também dada como desaparecida.

Preso no bairro do Grajaú, perto da Avenida 28 de Setembro, na Zona Norte do Rio, Stuart foi levado pelos agentes à Base Aérea do Galeão para interrogatório. Os militares queriam a localização do ex-capitão Carlos Lamarca, chefe do MR-8 e então o grande procurado pelo regime.
Como se negou a falar, foi barbaramente torturado e espancado. Depois, foi conduzido ao pátio da base, vindo a morrer em consequência dos maus tratos.

Segundo a versão mais conhecida da sua morte, dada por Alex Polari, que se encontrava preso no mesmo local e assistiu da janela de sua cela, Stuart foi amarrado a um carro e arrastado por todo o pátio do quartel. Em alguns momentos entre risos e chacotas, era obrigado a colocar a boca no escapamento do veiculo para aspirar os gases emitidos.

Polari ainda conta na carta, que foi remetida a Zuzu Angel e foi entregue no Dia das mães, que após ser desamarrado o militante foi deixado abandonado no chão, com o corpo já bastante esfolado onde seguiu clamando por água noite adentro. De posse dela, a estilista denunciou o assassinato de Stuart – que tinha cidadania brasileira e americana – ao senador Edward Kennedy, que levou o caso ao Congresso dos Estados Unidos.

A revelação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) de que um crânio encontrado no Rio é de Stuart fecha um ciclo de angústia na vida de Hildegard Angel e Ana Cristina Angel, suas irmãs. Elas agora planejam realizar o desejo da mãe, a estilista Zuzu Angel, que lutou até a morte em 1976, para reaver o corpo do filho: vão poder enterrar seus restos mortais com dignidade.

“É uma realização muito grande. São 43 anos esperando. Agora quero cumprir a meta da minha mãe, que era enterrá-lo. Nós já sabíamos que meu irmão tinha sido assassinado pelo regime. Stuart não é uma ficção. Ficção quem fez foram os militares, que transformaram em terroristas os aterrorizados”, afirmou Hildegard.

O capitão reformado Álvaro Moreira de Oliveira Filho revelou que o corpo de Stuart foi enterrado na cabeceira da pista da base da Aeronáutica de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. O crânio, quase completo, havia sido localizado em 1976 num terreno no centro do Rio, porque a terra da pista fora revolvida numa reforma e levada para o centro pela construtora responsável pelas duas obras.

Stuart, segundo depoimentos de testemunhas, foi o único preso morto pela Aeronáutica naquela ocasião, entre vários outros aprisionados. Sua morte causou a transferência de todos os presos das celas do CISA para outros lugares. No fim daquele ano, toda a cúpula da Aeronáutica foi substituída, devido às pressões causadas pela incessante procura e denúncias do desaparecimento de Stuart por sua mãe, Zuzu Angel, usando a imprensa no Brasil e no exterior.

Até o ano de sua morte (1976), Zuzu, a mãe de Stuart, peregrinou pelo poder militar tentando conseguir explicações e informações sobre o corpo do filho, oficialmente dado como desaparecido.

Sua campanha chegou ao mundo da moda, na qual tinha destaque, com desfiles de coleções feitas com roupas estampadas com manchas vermelhas, pássaros engaiolados e motivos bélicos. O anjo, ferido e amordaçado em suas estampas, tornou-se também o símbolo do filho. Zuzu chegou a realizar em Nova York um desfile-protesto, no consulado do Brasil na cidade.

Usando de sua relativa notoriedade internacional, ela envolveu celebridades de Hollywood que eram suas clientes, como Joan Crawford, Liza Minnelli e Kim Novak, em sua causa, e durante a visita de Henry Kissinger, então secretário de estado norte-americano, ao Brasil, chegou a furar a segurança para entregar-lhe um dossiê com os fatos sobre a morte do filho, também portador da cidadania americana.

Zuzu morreu em 1976, num suspeito acidente de automóvel no bairro de São Conrado, Rio de Janeiro, sem jamais conseguir descobrir o paradeiro do corpo de Stuart Angel.

Em 1998, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos julgou o caso sob número de processo 237/96 e reconheceu o regime militar como responsável pela morte da estilista.

Sônia Morais Angel Jones (1946+1973)

 

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Sônia nasceu no dia 9 de novembro de 1946, em Santiago do Boqueirão, no Rio Grande do Sul. Seus pais, João Luiz de Moraes, militar que chegou a tenente-coronel, e Clea Moraes, sempre descrita como uma pessoa extrao-dinária. Ambos dedicaram suas vidas à preparação educacional de jovens à universidade.

Alegre e destemida, Sônia Angel dedicou sua juventude à luta contra à ditadura militar. De 1968 a 1973, foram oito anos de muitas atividades políticas, quase todos vividos na clandestinidade e dedicados à luta contra ditadura militar.

O contato de Sônia com as idéias revolucionárias começou no ano de 1966, quando ingressou no curso de economia da Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ). Já em seu primeiro dia de aula, foi eleita representante de turma. Sua liderança despontava naturalmente, pois era uma jovem que nunca escondeu seu amor à vida, transmitindo muita alegria com o carisma de sua personalidade divertida e espontânea. Gostava de viajar, namorar e ir a festas, vivendo sua juventude com plenitude e vigor.

Foi, também, na Faculdade de Economia que Sônia conheceu o jovem Stuart Angel Jones, com quem se casou em outubro de 1968. Stuart era um destacado militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), uma das mais importantes organizações surgidas durante o regime militar.

Sônia conheceu cedo os impactos da ação repressiva em sua vida e na de seus companheiros. Em 1969, um grupo de estudantes, entre eles Sônia, com apenas 22 anos, preparava-se para realizar panfletagem em portas de fábricas durante atividades de convocação do 1º de Maio, quando foi preso por agentes do famigerado Departamento de Ordem Política Social (Dops).

O argumento usado para justificar a prisão dos jovens foi o Decreto 477, criado pelo então Ministro da Educação, coronel Jarbas Passarinho, para reprimir as atividades das lideranças estudantis nas escolas e universidades. Com isso, Sônia foi sumariamente expulsa da Faculdade Nacional de Economia da UFRJ, onde já cursava o último ano.
Presa por mais de três meses no prédio do Dops, localizado na Rua da Relação, Sônia protagonizou um dos episódios mais ousados dos anos de chumbo, mostrando sua firmeza de jovem militante. Havia sido agendada uma visita do então Secretário de Segurança, o general Luiz de França Oliveira.

Ordenaram que todas as “detentas” ficassem sentadas em círculo e, a partir do apito do carcereiro, levantassem e se colocassem em posição de sentido diante do general. Todas obedeceram às instruções, menos Sônia, que permaneceu no seu lugar.

O general entrou na cela e dirigiu-se a ela, exigindo que cumprisse as determinações: – Levante-se, minha senhora. A senhora está diante de uma autoridade e deve reverenciá-lo. Sônia manteve-se sentada e respondeu com firmeza: Não me levanto pra policial nenhum!

Diante do clima de constrangimento e do receio por parte dos repressores de que aquela atitude contagiasse as demais prisioneiras, os carrascos recuaram e ordenaram que as outras presas sentassem.
Sônia foi julgada e absolvida duas vezes, por unanimidade, pelo Tribunal Superior Militar. No entanto, sua absolvição não significaria liberdade e segurança.

Sônia e Stuart estavam conscientes da realidade cruel que tomava conta do País naqueles anos de escuridão.

O apartamento do casal, localizado na Rua Pinto de Figueiredo, na Tijuca, tradicional bairro de classe média carioca, fora invadido, revirado, saqueado e destruído pelas forças da repressão e estava sob vigilância constante. Tal situação levou Sônia a tomar todos os cuidados logo após sua saída da prisão no Dops, pois estava ciente de que iriam fazer de tudo para capturá-la novamente.

Alguns dias após sua absolvição da Justiça Militar, um representante do então I Exército (atual Comando Militar do Leste) foi à casa de seus pais, levando uma intimação para que Sônia se apresentasse para prestar depoimento. A intimação não passava de uma manobra dos militares para prendê-la, enquadrá-la em novo processo e, com isso, mantê-la encarcerada.

Como Sônia já havia se juntado a Stuart em lugar ignorado, seu pai, João de Moraes, se prontificou a dar os esclarecimentos em seu lugar. Na saída do quartel, um companheiro de João que estudara com ele na Escola Militar lhe alertou: “Moraes, não deixe sua filha aparecer nunca mais, porque vão matá-la”.

Já eram crescentes as ações armadas em todo o país. Diante da situação, os pais de Sônia e os dirigentes do MR-8 concordaram que seria melhor o exílio voluntário do casal. Mas Stuart, peça-chave da organização, não admitiu deixar seus companheiros e decidiu ficar, não havendo nada que o demovesse de sua posição.

Ficou acertado que Sônia seria retirada do País, uma tarefa cada vez mais difícil, devido ao aprofundamento da perseguição política. Coube então à família tratar dos procedimentos para sua retirada.

A saída de Sônia do Brasil foi marcada por muitas dificuldades. Até a chegada na fronteira, a fuga clandestina ocorreu com “relativa normalidade”, apesar de duas revistas minuciosas por patrulhas do Exército, espalhadas pelas estradas na busca desenfreada ao Capitão Carlos Lamarca, embrenhado com seus guerrilheiros nas matas do Vale do Ribeira. No Paraguai, um acidente com o carro deixou-os muito feridos, quase comprometendo a ação, mas a viagem prosseguiu e o embarque para a França aconteceu.

No exílio em Paris, Sônia continuou sua militância. Couberam-lhe as tarefas (exercidas por ela com grande desprendimento), de micro-filmar os materiais enviados pelo MR-8 e dar assistência política e ideológica aos companheiros enviados para fora do Brasil, confortando e apoiando, material e psicologicamente, os que estavam traumatizados pela violência da tortura, da distância do país e da família.

A necessidade de organizar seus companheiros fez com que Sônia se transferisse para Santiago, no Chile. Foi lá que soube da morte de Stuart e das bárbaras circunstâncias do seu assassinato, cometido pela ditadura militar. A notícia deixou-a completamente arrasada e cristalizou ainda mais sua aspiração de retornar ao Brasil.

Para sobreviver, passou a trabalhar como fotógrafa profissional e se ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN), chegando ao Brasil em maio de 1973, aonde encontrou um novo companheiro, Antônio Carlos Bicalho Lana.

Com a “infiltração” de agentes da ditadura, espionando suas atividades, não demorou e a repressão armou uma emboscada para prender Lana e Sônia.
A data exata da prisão nunca foi estabelecida, mas sabe-se que era de manhã quando Antônio Carlos e Sônia pegaram o ônibus da Empresa Zefir com destino a São Paulo.

Vários agentes já estavam dentro do coletivo. Simultaneamente, nas imediações da agência de passagens do Canal 1, em São Vicente, encontravam-se outros policiais à espera que os dois descessem do ônibus para comprar os bilhetes.

Quando lá chegaram, apenas Lana desceu do ônibus. Cinco agentes esperavam dentro da agência e outros chegaram em vários carros. No guichê, o militante entrou em luta corporal com os policiais, mas foi dominado a socos e pontapés, levando uma coronhada de fuzil na boca.
Sônia, ao levantar-se do banco, foi agarrada e levou um pontapé nas costas. Saiu do ônibus algemada pelos pés e foi colocada em um Opala, enquanto Lana foi empurrado para outro carro.

Os dois ainda estavam presos quando a ditadura militar se encarregou de divulgar nos principais órgãos de imprensa que ambos haviam morrido numa troca de tiros em São Paulo. A família de Sônia só pôde descobrir o fato porque sua mãe havia exigido que ela lhe contasse seu nome clandestino: Esmeralda.

O empenho da família, que se dirigiu às pressas até a cidade litorânea de São Vicente, onde residiam Lana e Sônia, na tentativa de resgatar o corpo das vítimas, foi frustrado. O clima de enfrentamento da família Moraes com os militares chegou ao absurdo das ameaças de morte e ao constrangimento da prisão de seu pai.

Posteriormente, após um exaustivo processo de investigação, ficou claro que enquanto João Moraes estava preso, Sônia foi seqüestrada e conduzida para o Rio de Janeiro, onde padeceu monstruosas torturas. Levada de volta a São Paulo, aonde sofreu novas torturas, estupro e seviciamento. Por fim, recebeu um tiro de misericórdia na nuca. Foi no dia 30 de novembro de 1973. Ela tinha 27 anos.

Sonia foi enterrada como indigente no cemitério de Perus e seus restos mortais foram localizados graças aos esforços das entidades que atuam em apoio às famílias de mortos e desaparecidos políticos.

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Chico Buarque, entrevista à Rádio Atividade, Centro Cultural SP 1985

“Eu conheci muito a Zuzu. Ela foi uma mulher que durante anos depois da morte do filho (Stuart Angel Jones, preso político em 1971) não fez outra coisa senão se dedicar a denunciar os assassinos do filho, a reivindicar o direito de saber aonde é que estava o corpo dele. Ela ia de porta em porta mesmo. E lá em casa ela ia com muita freqüência, como em outras casas também. Ela sabia, inclusive, das ameaças que pairavam sobre ela e dizia que tinha certeza que se alguma coisa acontecesse com ela a culpa seria dos mesmos assassinos do filho, que ela citava nominalmente.”

“Na manhã do dia em que aconteceu o acidente com ela, ela tinha estado lá em casa e deixado as camisetas que ela fazia, gravadas com aqueles anjinhos que eram a marca dela, para as minhas três filhas. Aquilo me chocou muito. Ela passava em casa quase semanalmente, mostrando os relatórios todos do trabalho que ela estava fazendo aqui e nos Estados Unidos – porque afinal, o pai do Stuart era americano -, então ela tinha contato com senadores americanos, inclusive alguns dos quais me lembro até hoje, como o Frank Church, o Mondale, que era um dos senadores com quem ela contava – nunca contou com o Reagan evidentemente… Ela tinha, inclusive, na lista dela, uma relação das posições políticas dos senadores e tinha até alguns “ultraconservatives” (ultra conservadores) que, por se tratar de um filho de cidadão americano, eram simpáticos ao clamor de mãe dessa mulher. Ela chegou a entregar a documentação ao Kissinger pessoalmente, se não me engano, no Hotel Sheraton, quando ele esteve aqui. Clandestinamente ela furou o bloqueio e, um pouco depois, lhe entregou uma pasta com os documentos todos que ela tinha e distribuía entre as pessoas em quem confiava, gostava. Ela morreu um pouco depois disso.”.

52 ideias sobre “Dia 11 de janeiro, data para celebrar um jovem casal de idealistas apaixonados, Sônia e Stuart

  1. Obrigada, Stuart e Sônia. Obrigada grande e corajosa Zuzu Angel. Obrigada, Hildegard, por sua determinação, por seu jornalismo honesto, transparente e corajoso. De Ana Cristina nada sei, mas decerto faz jus à luta da família. Gente como vocês nos faz acreditar que vale a pena brigar. Grande, grande abraço.

  2. Participei desta história anos depois como advogado do Cel. João Luiz, pai de Sónia , em processo envolvendo o Cel João Burnier, responsável apontado pela morte de Stuart. Ouvi esta história diretamente de João Luiz com todos os detalhes. Também ele foi um herói que enfrentou , com D Clea , corajosamente e de forma inquebrantável , os terrores desta saga. Muito honrado por ter podido auxiliar um pouco a busca desta justiça historica

  3. Sei que é triste, doloroso, ultrajante até, o que aqui digo, mas os que como cães raivosos bradam pela volta da ditadura militar ou apoia qualquer tipo de anomalia contra o regime democrático pleno… são insensíveis a histórias macabras como essa.
    Mas que se nunca deixe de lembrar. Nunca!

  4. A história da Zuzu, Sonia e Stuart me tocaram absurdamente meu espírito. Assim como todas da ditadura. Que essas histórias nunca mais se repitam. Que o ódio e a ganância sejam banidos um dia de nossos corações através da evolução espiritual do nosso planeta. E que onde ele estiverem, no mundo espiritual, estejam atuando no trabalho do bem e da justiça.

  5. Tempos difíceis e infelizes da nossa maldita história, talhada no escravismo, corrupção e nepotismo… Os literatos que me perdoem, mas essa equação remete ao simples ditado popular: “O que começa errado, termina errado.”
    Os excessos políticos e militares ocorridos no passado são terrivelmente vergonhosos e culminaram na libertinagem atual, onde a legislação ficou obsoleta, a política virou um negócio ilícito legal, o racismo é velado e a corrupção impera solta e desenfreada do Oiapoque ao Chuí!

    Não tenho a pretensão de ser cientista político, mas como brasileiro, a nação seria muito melhor se conseguisse trilhar um “meio termo” em relação a liberdade. A inversão de valores é tamanha que a educação, a saúde, a economia e a segurança estão em colapso há mais de 500 anos e NINGUÉM que pode realmente tentar resolver, tem a vontade rasgada de fazer algo…

    Reforma do código penal (Abolição da maioridade para crimes hediondos, instauração de pena de morte, prisão perpétua e castração química votados em plebiscito, bem como habilitação e treinamento para porte de armas), estruturação da maquina administrativa, impostos dignos, valorização dos profissionais de 1ª linha (Professores, médicos, policiais).
    Posso estar errado, podem ter ideias melhores ou concordarem. O importante seria que todos nós nos uníssemos em prol de um bem em comum.
    Num lugar onde haja educação, oportunidades de emprego, lazer e saúde eu acredito que a criminalidade praticamente estaria extinta. E o respeito entre todos seria louvável.

  6. Sempre me emociono com a história de Zuzu Angel e seu filho, de Stuart e Sonia. São aquelas vidas destemidas que fizeram com coragem e afinco aquilo que lhes foi confiado: a luta pela liberdade e pela verdade, com dedicação, lealdade e companheirismo sobrehumanos. Pessoas que superaram a si mesmas. Que viveram profundamente o seu momento presente.

  7. Olá. Sou jornalista, nascida sob a ditadura. Não lutei, não protestei, não entrei na clandestinidade, não fui torturada. Sou da geração que aprendeu a ler nos livros de educação moral e cívica, e que colecionava figurinhas do general Medici e do Jarbas Passarinho, na escola. Para poder ter uma história, em 2014 escrevi o “Compagni di Stadio”, primeiro livro sobre a Democracia Corinthiana publicado na Itália. Nele, falo de Stuart Angel e de tantos outros que caíram sob aquele regime. Achei que você gostaria de saber. Ditadura nunca mais. Grandíssimo abraço.

  8. Aos cidadãos de bem desse país, cabe o reconhecimento pelo que fizeram Stuart e Sônia em nome da democracia e da liberdade em um momento político onde a brutalidade e a intolerância prevaleceram. À família, devemos nossa solidariedade.

  9. Dois grandes heróis brasileiros, lutaram e morreram contra a ditadura ignóbil. Cuidado, as mesmas forças golpistas estão bem vivas à espreita.

  10. Penso que deveria fazer parte do curriculo escolar, no ensino médio,tudo o que aconteceu de hediondo com os nossos heróis, que foram torturados e mortos por apenas lutar por um país livre e democrático, e assim os nossos jovens que apesar de saber que tivemos um periôdo de regime militar,nem imaginam o que realmente aconteceu.Estudar história do Brasil desde o periôdo colonial, faz parte ,mas a história conteporãnea é a que prepara os jovens politica e socialmente para serem futuros cidadãos!!!

  11. Um pouco atrasada, mas sempre presente, faço minha todas as palavras de apoio que você recebeu! Mesmo sabendo que tem muitas pessoas que se dizem “do bem”, que viveram aqueles anos, mas,com “amnésia precoce”, esqueceram do que foi, e vivem nas redes pedindo a volta da Ditadura! Estes coitados ficam sonhando e fazendo planos de como seria os Militares invadindo o País e resolvendo os ódios particulares de cada um: acabar com o Carnaval e a festa do Ano Novo; idosos, e dormindo cedo, esqueceram de como o adoravam quando eram jovem!! Prender quem eles odeiam, políticos, principalmente, ou não (não importa se os outros gostem) acabar “na marra” com a Democracia, que os Heróis como seu irmão lutaram pra devolver à Pátria! Eles não pensam é que, se isto acontecesse, não iam mais poder ficar despejando seus ódios, infundados ou não, pela Internet e redes sociais! Porque estas seriam as primeiras a serem fechadas….

  12. A tortura brutal ocorre em todos os países do mundo, independente das crenças e ideologias diferentes, as vezes opostas. A foto de Sonia Moraes Angel Jones, morta, com sua face exibindo o tipo de tortura brutal e criminosa a que foi submetida, causa revolta e indignação em qualquer humano minimamente civilizado e mentalmente sadio. Temos que combater duramente essa prática indecente, onde quer que ocorra, sejam quem forem seus autores. O que pode nos tirar a autoridade pra combater a tortura brutal, assassina é a indignação e revolta seletiva. Exemplos de praticas desse tipo de tortura ou pior: A Guantánamo do Caribe, Abu Graib, no Iraque. O sistema de governo Neoliberal que arranca aos pobres o direito a uma vida digna. O racismo que toma do povo negro ou de outras origens consideradas inferiores pelos racistas o direito a vida. O extinto DOPS, ninho de bandidos, cuja eminência parda, chamado pela Grande Mídia de “o diligente delegado Paranhos Fleury”, o delegado que matava a golpes de taco de basebol, comunistas “dedados” pelo agente da CIA, o cabo Anselmo. O bombardeio de instalações da Cruz Vermelha no Afeganistão, alguns anos atrás. O recente bombardeio contra acampamento dos “Médicos Sem Fronteira”. O mundo vem sendo dominado por uma onda de psicopatas todo poderosos. Essa psicopatia generalizada é instilada em grande parcela dos humanoides, pelos maus exemplos vindos dos chamados G7, pela Grande Mídia submissa aos ricos, milionários e bilionários do Brasil e do Mundo, pelos corruptos e sonegadores de todas as tiragens e, como se não bastasse, essa linhagem de pastores de igrejas neopentecostais criada e financiada pelo Ronald Reagan, para combater o “comunismo” de outras crenças. Esses “pastores do satanás’ exibem diariamente, ao vivo e a cores, que o crime de vender vagas no céu à pessoas humildes manipuladas compensa e muito.

  13. Tempos difíceis para quem ousava pensar com liberdade . Era bem jovem mas lembro-me bem dos movimentos estudantis, dos tanques nas ruas, da violência policial -militar, de grandes nomes da mpb e da intelectualidade progressista marcar posições. Não tive dúvidas de que lado deveria ficar…até hoje.

  14. Se tivessem exterminado todos os comunistas como esses dois, hoje não teríamos esse país de merda, governado por uma assassina ladra!!!
    Viva a direita, abaixo o comunismo!!

    • Mudou seu “codinome”, mas continua o mesmo lixo humano! Provavelmente sem amigos, sem amor, sem atrativos físicos,fracassado na vida social e profissional, um infeliz de nascença!!!! Estou começando a ter pena do sr/sra !! Siga meu conselho: vai ser voluntário no ISIS, e descarrega todo seu ódio pela sua vida inútil e frustrada por lá!!

  15. Fiquei muito emocionado quando, no ano passado, Stuart foi homenageado com um busto em bronze na entrada do bairro da Urca, Rio.
    Vou levar flores pra ele amanhã.

  16. DITADURA DE DIREITA SEMPRE ! NÓS PRECISAMOS, A PÁTRIA PRECISA, O RESTO É CANALHICE DA ESQUERDALHA COMUNA.

    • O senhor\ senhora, deveria se mudar lá pro Estado Islâmico, ou se apresentar como voluntário !! È a SUA CARA !!!

    • Voce e o mesmo al imundo..Pois e…ter filhos cientistas de computafor ajuda e, a sua ISP e bem pertinho de sua casa.Vou providenciar um torturador para s sua familia, bien privee.Quando comecarem a estuprar sua mae, filha, irma etc… ,vai ver o que e bom..E voce assistira TUDO.

    • Olá Sr. gostaria de esclarecer que nossa legislação penal data de 1940, que teve alterações em 1969 e 1973, época da ditadura, mas que tais alterações não alteraram o cumprimento da mesma. O criminoso quando pego praticando o crime deverá ser preso, julgado e se condenado, deverá cumprir pena em presídio. Com ditadura ou sem ditadura a Lei esta ai para ser cumprida, quem não cumpre a lei é criminoso, então partindo dessa premissa, se os criminosos de outrora tivessem sido presos, cumprissem suas penas nos presídio, teriam após o cumprimento da pena sido soltos, a tal “esquerdalha comuna” a que o Sr. se refere teria caído no esquecimento. Os criminosos não tem nenhum compromisso com a sociedade mas ao contrário o agente público tem como principal obrigação o compromisso com a sociedade e o cumprimento da Lei. Então o agente público passa a sequestrar pessoas, manter em cárcere privado, torturar, assassinar e ocultar cadáver, tudo isso o torna um criminoso, e a sua pena passa a ser acrescida pelo fato de seus atos serem praticados no uso de sua profissão. O Sr. Figueiredo assinou a tal Anistia, lá dizia que ambas as partes estavam isentas de serem condenadas pela justiça, entendeu o porquê, os tais agentes públicos iriam sofrer as penas maiores, ele protegeu os funcionários dele. Familiares das vítimas nunca se conformaram em não saber o paradeiro dos restos mortais dos familiares. Acredito que se a esquerda a que o Sr. se refere desse um fim e um sumiço em algum familiar seu alegando que se tratava o tal familiar de um direitista subversivo isso iria lhe gerar muita dor. A tal comissão foi montada não para julgar pois a tal lei da anistia não permite julgamento, mas para esclarecer os fatos, assisti a todos os vídeos, ambas as partes confessam crimes, pessoas que não cometeram crimes relatam pelo que passaram, agentes públicos que não cometeram crimes relataram o que viram, esta tudo muito claro, claro até demais, Delegado de Polícia contando como jogava os corpos em fornalhas, que em 1975 não existia mais nenhum revolucionário e eles queriam manter a tal ditadura e resolvem explodir bombas para que o povo continuasse apoiando eles, em outro trecho ele conta que o tal Fleuri era viciado em cocaína e ficava extorquindo a família das vítimas, exigindo dinheiro para dar pistas de onde estaria o corpo, então resolvem que ele deve morrer e o tal Delegado coloca uma bomba no carro dele, detalhe o tal Fleury já havia matado a mulher e a irmã da mulher do tal Delegado, isso tudo contado por eles, não foi “papinho de esquerda”. Claro que contaram tudo, não tinha como prender ninguém, a Anistia livrou todo mundo. Outra coisa absurda é dizer que o Jango iria implantar o comunismo, para quem não saiba o Jango era estancieiro, rico, queria distribuição de renda, no Governo Getúlio para aumentar a popularidade de Getúlio o Jango aumentou o salário mínimo em 100%, no Governo Jango os ricos não gostaram da ideia de distribuição de renda e colocaram na cabeça da classe média que ele era comunista, era apenas uma guerra de poder, um cai e outro sobe, ninguém esta preocupado com o povo, com a saúde do povo, com o salário do povo, então Sr. se ainda pensa que existe um salvador da pátria não vou discutir pois o Sr. também acredita em Papai Noél, coelhinho da páscoa.

  17. Caraca, Hilde, eu não posso ver mais essas coisas, senão eu volto a ter medo, emoção que renunciei antes de circular pelo MR8 e fundar o PT. Mil bjs ALS.

  18. O que fizeram pra esses comunas, se é que é verdade, foi muito pouco. Todo comuna deve padecer até morrer. Crucificação seria o ideal. Parasitas vagabundos !

    • Sr. Al lund..melhor seria que seu codinome fosse al imundo.Que tipo de MONSTRO eh o senhor? Que aplaude a selvageria, os obscenos e “sociopaticos” atos de tortura? E quero ja esclarecer que nao sou PT nem nunca o fui. Espero que o KARMA nao o encontre, nem a ninguem de sua familia, ao virar da esquina.Seu barbaro selvagem……voce e pior do que a besta do 666.

    • (Al lund) ?????. Estude mais; pesquise mais; leia mais e assim terá a oportunidade de conhecer melhor a história recente do país. Assim nunca mais escreverá ou republicar bobagens como essas acima.

    • Você não passa de um verme covarde que nem tem a coragem de se identificar!! E deve ser um bandido daqueles, ainda procurados pela Polícia, que torturam e matam, qualquer um ou uma, que diga “não” para os seus intentos marginais e criminosos!

      • Tão covarde que nem seu nome tem coragem de dizer, tão covarde que tortura quem não pode se defender. É uma raça abaixo da linha de dignidade. Não deve ter felicidade na vida, deve ser um infeliz a espera do diabo vir busca-lo.

  19. Infelizmente a juventude de hoje não sabe o que é o militarismo .acha que, se os militares voltarem ao poder, colocarão o exercito na rua para proteger os bailes funks. Não sou contra o estilo funk e sim contra os que se dizem funkeiros expressam. Como prostituiçao infantil e etc. A juventude acha que não serão proibidos seus direitos de expressão seus direitos de ir e vir seus direitos de opinião seus direitos de sexualidade seus direitos de liberdade.

  20. O magistral e sensível, o grande cidadão político Chico Buarque fez a bela letra Angélica, cálida e triste música, para Zuzu Angel.

  21. Querida Hildegard, filha de uma heroina e irmã de um herói do povo brasileiro.
    Zuzu e Stuart Angel Jones, mãe e filho, guerreiros de minha geração, sem esquecer de minha conterrânea, gaúcha, Sônia Maria Angel Jones.
    Obrigado, Hildegard, pelo texto e pela lembranças que orgulham minha geração.
    “Ousar lutar, ousar vencer”.

  22. Eu não saberia bem definir o que é a História, pelo menos do ponto de vista acadêmico dos historiadores, mas sei muito bem o que é esse sentimento que me salta aos olhos e invade o mundo deixando meu sorriso molhar-se por um pranto que não é só meu, é de todos os cidadãos brasileiros que reconhecem nesses mártires a glória da Humanidade, durante esse período que jamais deveremos esquecer para que nunca mais se repita. A luz de nossa consciência é a semente de nossa lucidez mesmo diante da dor.

  23. Não podemos enterrar este passado como se nunca houvera. Não há crime maior que a privação da liberdade, que a tortura, que o julgamento sem defesa.

  24. Hilde,

    A dramaticidade dos fatos leva-nos a consagrar a legítima saudade daqueles que amamos com ternura, vigor e emoção.

    • ESSES SÃO OS VERDADEIROS HERÓIS NACIONAIS ! ENQUANTO O POVO ADORMECIDO E COVARDE , COMO SEMPRE , COMEMORA A COPA DO MUNDO .

  25. E ainda tem quem queira a volta dos militares. Nojo dessa gente que não se solidariza com a dor do próximo.

  26. Sra Hildegard ,que bela homenagem ao seu irmão. Por eles continue lutando pelo Brasil melhor. Eles estão orgulhosos do lado de lá com a senhora aqui, sem envergar. Sua mãe Zuzu, maravilhosa figura lutadora e guerreira, também está feliz que sua filha é como o bambu, enverga com as ventanias, porém está fixa com suas raízes fortes. Os homens e mulheres que deram suas vidas pela liberdade na ditadura militar estão felizes com seu texto magnífico . Meus parabéns.

  27. Sou de Curvelo,Foi maravilhoso, ler esta História,tão bem explicada,sempre acompanhei esse fato,não sabia da sua esposa.Rapaz, sábio, decidido,destemido, que lutou por um paz digno , sem escravidão.mesmos ainda somos escravos,da política,da miséria, de uma população, que ainda não sabe o bem e o mal.Ou então tão inculta,escondida atras de migalhas de nosso País.Parabéns irmãs dignas para que sua mãe esteja em paz, orgulhosa de ter um filho enterrado digno de sua origem.

    • Vivi uma história parecida , faz 45 anos que procuro por Bolívar Barreto Leste, meu noivo e desaparecido político desde Outubro de 1974, caiu na Voluntários da Pátria em Santana ,Zona Norte de São Paulo , minha busca terminou soube que ele foi levado para Base do Campo de Marte, seus restos mortais jamais serão encontrados , soube que ele foi levado ao espaço aéreo da Argentina e jogado ao mar na Operação Condor.

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