Coluna Hildegard Angel – JB – Segunda-feira, 23/08/2010

Depois do livro celebrando o avô, Vivi nos deve um sobre dona Maria do Carmo

QUEM CULTIVA os seus, não degenera. O provérbio não é bem esse, mas é verdadeiro. E cultivar suas origens familiares é o que Vivi Nabuco sabe fazer muito bem, sempre prestigiando e lembrando os méritos de seus antepassados, sejam eles seu bisavô, Cesário Alvim, primeiro presidente de Minas Gerais, ou seu avô, o abolicionista Joaquim Nabuco, figura importante de nossa História, político, jornalista… NABUCO FOI um dos fundadores deste Jornal do Brasil e da Academia Brasileira de Letras, onde aconteceu o lançamento do livro Conferências sobre Joaquim Nabuco, organizado pelos professores Severino João Albuquerque e Kenneth David Jackson e editado pela Bem-Te-Vi, da Vivi… E “BEM-QUE-Te-vivimos”, a alta sociedade carioca da melhor cepa, no evento da Academia, parte das comemorações daquela casa pelo Centenário de Joaquim Nabuco… VIVI AGORA nos deve um livro sobre sua mãe, a saudosa dona Maria do Carmo de Mello Franco Nabuco, a matriarca dos salões inteligentes do país, a mulher que criou a identidade “Icatu”, construindo naquela rua seu casarão famoso, por algumas décadas centro da efervescência política e intelectual do Brasil…EM ALGUNS anos, novas casas dos Nabuco foram se somando ali, tornando-se a elegante Rua Icatu, do Humaitá , uma referência da família, e hoje dando até nome ao banco de Vivi… DONA MARIA do Carmo era uma mulher inteligente, de posições firmes, que, porém, não se esquivava de reformular se achasse necessário…ELA FOI favorável à Marcha da Família, alinhada com as ideias de Carlos Lacerda, mas, ao se decepcionar com a truculência instalada no país, mostrou coragem externando seu desagrado com todos aqueles excessos e os desvios de rumo da dita “revolução” (que para mim sempre foi golpe)… ISSO PODEser comprovado em documentos, como a carta escrita por ela às autoridades do país responsabilizando-as pela morte do jovem engenheiro Raul Amaro Lanari, barbaramente assassinado pela ditadura no Dops. Um dos poucos casos, aliás, de corpo que foi devolvido à família, que era influente, e não duvido que a interferência de dona Maria do Carmo tenha ajudado nisso… MARIA DO Carmo era uma mulher íntegra, sem arrogâncias, admiradora dos reais talentos, fossem eles artísticos, jornalísticos, políticos, literários… AO LADO do primo, Rodrigo de Mello Franco de Andrade (pai do cineasta Joaquim Pedro), foi a grande responsável pela preservação da cidade mineira de Tiradentes, conseguindo até que fosse feita sua iluminação subterrânea, preservando o bucolismo daquele cenário… MARIA DO Carmo era show! Vivi nos deve esse livro…

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