Bruno, o Boni ecológico

Na Dedicatória da página que abre seu livro, Boni contempla os quatro filhos:

Boninho, competente diretor de televisão; Gigi, a grande educadora da família; Diogo, campeão de TI e mestre de marketing; Bruno, ecologista de plantão.”

Boninho e Gigi, os filhos da primeira mulher, Regina, que adicionou o Boni ao sobrenome e se tornou a marchande Regina Boni

Diogo, filho de Laís Simões, com quem Boni foi casado em seus duros primórdios da implantação da TV Globo e também nos Anos de Ouro dos 100% de Ibope. Período da grande ascenção…

Bruno, filho de Lou, a última e atual mulher, do período de Boni já consagrado, mas também dos tempos complicados da saída da Globo, da grande e dificílima opção de se manter ligado à Vênus Platinada, mesmo não mais fazendo parte dela. Isto é: a opção de jamais emprestar seu talento e sua pujante criatividade a qualquer outro concorrente…

Enfim, Bruno foi o filho nascido e criado na alegre trepidação da glória, do sucesso, da fama, e ao trágico sangrar das cicatrizes da atividade interrompida no auge do potencial de um homem criativo e vigoroso…

Lou de Oliveira deu à luz Bruno, em maio de 1987, quando, com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o então todo poderoso da Rede Globo, formavam o casal sensação da cidade, vivendo uma grande paixão. Para um casal de ouro, um menino idem…

Lou é uma pessoa carinhosa com todos que a cercam. Com seu filho único então nem se fala. Os aniversários do menino Bruno viraram o desejo de consumo das crianças de sua idade. Todas queriam ter uma festa parecida. Ou pelo menos queriam ser convidadas. Festas em que até os adultos entravam na dança, e nas filas para ganhar maquiagem de purpurina. Pela pérgula do Iate Clube, voavam vampirinhos em todas as direções, com suas capas pretas e os dentinhos pontudos, que eram fartamente distribuídos. Ateliês de pintura eram improvisados, e todos partiam levando para casa suas obras de arte. Animadores, prestigitadores, atores, o céu era o limite para fazer dos aniversários de Bruno um acontecimento único. O que Lou, a cada ano, conseguia…

Todo esse amor, Bruno retornava aos pais na forma de seus boletins da Escola Americana, onde pontificava a letra A. Estudos à parte, a natureza sempre exerceu um forte fascínio sobre o filho de Boni e Lou, a começar pelo surf praticado no mar logo em frente de casa, na Praia do Pepino. Os fins de semana frequentes em Angra dos Reis, na Ilha da Gipóia, na casa da família, numa das mais belas regiões do planeta, onde é de todos a preocupação de ver preservado aquele bem natural, podem ter influenciado a escolha profissional de Bruno, que, em vez de seguir o esperado rumo da comunicação e do entretenimento, como fizeram os dois irmãos mais velhos, deu uma guinada, cursou Economia na PUC e, refletindo sobre o tema que está no topo das discussões políticas e financeiras mundiais, optou pela Economia Ambiental

Assim, Bruno de Oliveira (ou Bruno Boni, como é comumente chamado) criou o Instituto Eco Amazônia e falou ao repórter José Ronaldo Müller, deste blog:

“De toda a Mata Atlântica que havia no Brasil, originalmente, restam, hoje, somente entre 7,9% e 11,4%. No período de 2008 a 2010, foram desmatados pelo menos 20.867 hectares de floresta, área equivalente à metade da cidade de Curitiba. A Lei da Mata Atlântica, a regulamentação dos estados e um ganho na eficiência da fiscalização, além de maior atenção das ONGs ao assunto têm contribuído para a queda desta taxa. A situação crítica da Mata Atlântica e sua proximidade das cidades têm efeito ambíguo: se por um lado ela sofre grande pressão destrutiva, por outro é muito mais fácil ser fiscalizada e chama muita atenção”, ele observa, complementando com alguns dados animadores:

“Estudos apontam que, em algumas regiões, a Mata Atlântica está até se regenerando lentamente, reconquistando espaço desmatado. A região de Angra dos Reis, Ilha Grande e arredores, a chamada Costa Verde, pela qual sou perdidamente apaixonado, representa uma das principais áreas remanescentes da Mata Atlântica”…

Mas os olhos de Bruno Boni e também os do mundo estão mais voltados para outra região do país, a Amazônia. Com o compromisso de pesquisar e estudar o ambiente da Amazônia, foi criado o Instituto Eco Amazônia. Colhemos de Bruno um depoimento:

“Na Amazônia, somente em 2010, foram desmatados 645.100 hectares. Em um único ano, um número 30 vezes maior do que o da Mata Atlântica para três anos! Se o número parece impressionante, ele é ainda mais chocante considerando que esta taxa foi a menor dos 23 anos da série histórica e voltou a subir recentemente. É claro que a Floresta Amazônica é muito maior e que, em termos percentuais, a perda foi menor. Mas, quando levamos em conta alguns malefícios do desmatamento, como a emissão de gases do efeito estufa, por exemplo, o que importa é o número bruto. Precisamos lembrar também que a Amazônia é a última floresta tropical úmida no mundo que tem grandes áreas em bom estado de conservação. Além disso, está previsto, no estatuto social do Instituto Eco Amazônia, que a nossa atuação não será limitada apenas ao bioma amazônico”.

A primeira viagem de Bruno à Amazônia foi, em 2006, com a Escola Americana. Depois desta, vieram muitas outras, em que conversou com pesquisadores, geógrafos, pessoas ligadas ao marketing ambiental, inteirando-se dos grandes problemas, problemas com dimensão “amazônica”, e decidiu contribuir com a sua parte.

“Queremos alavancar alguns projetos, antes de nos engajarmos em projetos próprios maiores. A idéia de criar o Instituto Eco Amazônia partiu de três pontos. Do impacto das belezas naturais e culturais, após algumas visitas que fiz à região. Dos dados colhidos, que apontam números assombrosos sobre o desmatamento. E, por fim, da constatação de que existem muitos bons trabalhos que não têm a visibilidade que merecem. Um deles é o da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que conheci melhor no começo do ano passado, quando fui convidado para conhecer o Núcleo de Desenvolvimento Sustentável de Uatumã”.

Foi durante uma viagem de barco de 24 horas, de Manaus até o Núcleo de Uatumã, que surgiu a ideia do Instituto Eco Amazônia. Durante esse tempo comprido, aproveitado para a realização da reunião do conselho da FAS que se realizava a bordo, Bruno teve longas conversas com Núbia Lentz, atual RP da FAS e Presidente Executiva da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil. Falaram sobre a promoção, por meio do marketing e da comunicação, de projetos e ações que contribuam para a construção de novos paradigmas e valores que harmonizem a lógica econômica e ambiental da Amazônia. Bruno traçou, como missão prioritária de seu instituto, ajudar bons projetos já existentes, como a própria FAS…

Dentro das atividades que o Instituto Eco Amazônia quer realizar, estão a promoção de projetos auto sustentáveis por meio de ferramentas de marketing. Um desses projetos, Bruno conheceu na Feira internacional da Amazônia, FIAM. Trata-se da criação de Bio Joias, desenvolvidas com elementos da natureza sendo desnecessário o uso de matérias nobres e sem causar danos à floresta.

Bruno Boni é mais um jovem consciente das agudas mudanças pelas quais passa o mundo, que agora arregaça as mangas para participar desse compromisso de salvá-lo, resgatá-lo e torná-lo possível para todos. Humanos ou não…

 

Para consultas:

FAS – www.fas-amazonas.org

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