Primeira ação anti-Ebola num aeroporto europeu lembrou Exército de Brancaleone

Aconteceu no fim de semana, voo Tap 806 Lisboa-Milão. Eu tinha a bordo uma amiga brasileira, que me contou tudo em detalhes… Seguram essa…

Ao posarem no aeroporto de Malpensa, os passageiros se viram trancados dentro da aeronave por duas horas, sem piloto, sem comissários, ninguém da tripulação. O desconforto foi geral. A discórdia se estabeleceu a bordo. Discussões generalizadas.

Até que, depois de todo esse tempo, eles viram adentrar o avião, que havia pousado em local bem distante dos usuais fingers de desembarque, adentraram porta adentro vários homens de “escafandro”, macacões, luvas, que foram encaminhando todos para as escadas, rumo a vários ônibus, onde permaneceram fechados mais um grande tempo, até serem conduzidos e tangidos como gado para diante de um grande galpão, onde ficaram debaixo do sol um bom tempo, porque ninguém encontrava a chave da porta, enquanto policiais discutiam com os escafandristas confusos, parecendo verdadeiro Exército de Brancaleone, até conseguir fazer entrar a todos.

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 Os agentes de segurança do aeroporto vestidos “à prova de Ebola”, para vocês verem o pânico que a doença está provocando na Europa

Examinados por enfermeiros, que lhes tiraram a febre e fizeram fichas, os passageiros ficaram ali tipo “de quarentena”, o dia inteiro, até serem todos liberados. Mas a bagagem só no dia seguinte.

Motivo: uma passageira italiana, branca, 35 anos, havia pedido durante o voo Lisboa-Milão um remédio para diarreia. Quando a comissária soube que ela vinha da Libéria, embarcada em Dakar, foi dado o start na primeira operação anti-Ebola de um aeroporto europeu, diretamente de dentro do avião à torre de controle! Desta vez, ainda bem, não era Ebola, era gastroenterite.

No dia seguinte, o Corriere Della Sera fez uma reportagem elogiando a bela e exemplar atuação dos agentes italianos, que segundo a matéria estariam muito bem treinados para uma eventual situação de emergência de Ebola.

Moral da história: quando viajarem, queridos, não peçam à aeromoça nem Aspirina. Melhor levar de casa.

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